terça-feira, 7 de julho de 2015

Relato de parto - Henrique

Depois de tanto tempo voltei a esse blog... Preciso contar sobre o nascimento do Henrique (meu segundo filho) e achei oportuno relatá-lo aqui, até porque foi aqui que eu compartilhei sobre o nascimento do Danilo  (meu primeiro filho), os primeiros meses e depois acabei abandonando o blog... Bem, voltei! Como foi traumático pra mim a chegada do Danilo por ter sido cheia de violência obstétrica eu acabei me tornando uma curiosa pesquisadora sobre parto, gestação, violência obstétrica e maternidade. Nos últimos 2 anos e 10 meses eu leio sobre esses assuntos diariamente, fiz congressos online, participei de rodas presenciais para gestantes, tudo para compreender o que aconteceu comigo e como poderia ser diferente numa segunda gravidez e assim foi.

PRÉ-NATAL

Através de grupos maternos no Facebook encontrei o Dr. Lucas Barbosa, um obstetra humanizado que atende tanto pelo meu plano de saúde como pelo SUS. A mobilidade dele no privado e público logo me ganhou, pois eu sabia que estava cada vez mais difícil ter seu plano de parto respeitado no setor privado (pois ainda que ele assistisse meu parto eu precisava que os outros membros da equipe - enfermeiros, pediatra... - seguissem a mesma linha de trabalho que ele). Após a primeira consulta onde conversamos abertamente sobre o sistema obstétrico atual do Brasil, sobre VBAC (sigla em inglês para "parto vaginal pós cesárea") decidi que seria ele a me acompanhar no pré natal. Tive um pré-natal completamente diferente da primeira gestação, pra começar não tive nenhum toque em nenhuma consulta, simplesmente porque todos os meus exames laboratoriais e ultrassons mostravam que estava tudo bem comigo e com o bebê.
Tive algumas consultas desmarcadas (avisadas com antecedência) porque algum bebê insistia em nascer no horário em que o Dr. Lucas deveria estar no consultório. Lembro-me que a primeira vez que uma consulta foi desmarcada por este motivo eu sorri pensando, "ele (o Dr. Lucas) realmente faz o que diz". Praticamente em todas as consultas houve atraso no atendimento, as vezes porque o Dr. chegou atrasado por estar voltando de um plantão (assistindo um parto) ou porque as dezenas de gestantes agendadas para o mesmo dia que eu aproveitavam esse momento para tirar dúvidas (eu sempre ia com as minhas anotações).


A única vez que precisei ir a uma emergência nessa gestação foi após uma madrugada com dores na região dos rins, estava com 20 ou 22 semanas, não me lembro bem. Liguei para o meu obstetra e ele me disse para ir pra maternidade do meu plano e me explicou, por telefone, qual o procedimento eu deveria ser submetida lá. Chegando na maternidade demorei para ser atendida, mas quando isso aconteceu o procedimento foi exatamente como o Dr. Lucas havia me explicado (era uma crise renal, o útero estava contraindo os rins, por isso a dor, após medicada fiquei boa em 2 dias). Só que neste dia uma gestante em trabalho de parto aguardou junto comigo na mesma sala de espera por aproximadamente 2 horas. Eu passei pela triagem antes dela e enquanto estava sendo medicada ouvi a enfermeira comunicando ao médico que esta gestante estava com 7cm de dilatação e pedindo indicação de como proceder com ela... Levei esse caso (da espera da gestante em uma cadeira dura por tanto tempo sem ao menos ter passado pela triagem na chegada) ao meu médico e ele me disse que isso realmente acontecia nessa maternidade com gestantes que chegavam para ganhar seus bebês no plantão, não era regra, mas acontecia. Falei com ele sobre a opção de esperar o dia que eu entrasse em trabalho de parto para decidir onde ganhar meu bebê de acordo com a equipe plantonista do dia, pois a minha ideia era ficar o máximo em casa e só quando necessário ir para maternidade. As minha opções eram a maternidade do meu plano de saúde e o Hospital Sofia Feldman (onde o meu obstetra trabalha e é referência em parto humanizado). O Dr. concordou com o meu pensamento, eu ainda o expliquei que só teria condições financeiras de pagar um profissional para me acompanhar em casa: uma enfermeira obstétrica ou doula e ele (o Dr.) logo me disse que teria que ser uma enfermeira, pois apenas ela poderia fazer toque, acompanhar o batimento cardíaco do bebê e coisas do tipo. Foi assim que decidi contatar a Odete Pregal, um amor de pessoa que já tinha a visto na roda de gestantes da ONG Bem Nascer. Nos conhecemos, nos identificamos e firmamos nosso compromisso. Agora o Henrique podia chegar, já havia uma estrutura para recebê-lo.
Formalmente eu não tive uma doula, mas via internet e whatsapp tive muito apoio. As doulas da ONG Bem Nascer, foram muito atenciosas e queridas comigo. Por muitas vezes a Bel (doula e membro da ONG) me ouviu, aconselhou e indicou profissionais pela qual eu procurava, a Odete mesmo foi indicação dela. Preciso deixar registrada a importância de ter uma doula durante a gestação, parto e pós parto, elas fazem toda a diferença.

TRABALHO DE PARTO E PARTO

Com 38 semanas eu comecei a sentir os pródromos, uma cólica que ia e vinha de maneira irregular, as vezes durava muito tempo, as vezes não, mas não era uma dor intensa, dava pra perceber que era um aviso do corpo de que ele estava trabalhando e que o tempo de espera para conhecer o Henrique estava terminando. Mesmo não sendo um trabalho de parto eu avisei a Odete e nos alegramos juntas com essa resposta do meu corpo. Lembro-me de ter ficado ansiosa algumas vezes com essas "dorzinhas", mas sempre que me sentia assim pedia a Deus para guardar meu coração nEle, porque Ele sabia o tempo certo e eu estava disposta a esperar por este dia e assim dia após dia ia se passando.
Sempre que eu imaginava meu parto eu pensava que ele aconteceria antes de completar 40 semanas, Um dia olhando o calendário percebi que o dia 25/06 é cheio de significados para minha família, eu e o Dani, por exemplo, quase nos casamos nesta data (nos casamos 1 semana depois, dia 02/07/05), mas neste ano de 2015 tinha um motivo especial nela, a avó do Dani (meu marido) faleceu o ano passado com 89 anos e nesse dia 25 completaria 90 anos. Seria esse o seu primeiro aniversário sem a presença dela. Foi então que fiz uma oração e disse para Deus que eu ficaria muito feliz se pudesse dar esta alegria para toda família, um motivo para fazer essa data continuar a ser de festa e homenagem a vó Maria Eugênia.
Na madrugada de 23 para 24/06 senti muita cólicas, não eram muito ritmadas, mas em alguns momentos eram 3 contrações em 10 minutos. Só consegui dormir picado, sempre era acordada quando essa dor era mais intensa, mas depois ela diminuía e eu voltava a cochilar. Ao amanhecer eu avisei a Odete que me questionou porque eu não havia a avisado de madrugada mesmo, eu disse que achei melhor deixar ela (e também o meu marido) dormirem porque não sabia o que me esperava pra aquele dia, ela ainda fez piada dizendo: "você está esperando uma dor de morte, né?! Olha que o Henrique chega em casa sem que você sinta toda essa dor", rimos um pouco da situação e ela que já tinha agendado uma consulta na minha casa nesta quarta (24) a tarde resolveu ir de manhã para saber como meu corpo estava trabalhando.
Quando a Odete chegou na minha casa estava apenas eu e o Danilo (meu filho de 2 anos e 10 meses), ele estava agitado, bem falante e eu seguia a minha rotina mesmo em meio aquelas cólicas que insistiam em continuar (sem rítimo). Conversamos bastante, levei o Danilo pra escola mais cedo que o habitual e quando eu e Odete ficamos sozinhas ela foi me examinar, com 39 semanas e 4 dias eu recebi o primeiro toque nessa gestação, eu não tinha dilatação, mas a Odete me disse que esses pródromos podiam continuar por 2 ou 3 dias e que ela acreditava que o Henrique chegaria ainda nesta semana. Quando a Odete estava indo embora ela colocou a mão na minha barriga e disse pro Henrique se ele podia esperar 1 dia pq na noite seguinte (25/06 as 19h) ela tinha plantão, mas continuou dizendo que se ele estivesse muito apressado ela daria um jeito. Ela foi embora e eu voltei a minha rotina, agora menos intensa porque minha mãe chegou para ficar comigo, o combinado era ela cuidar do Danilo e da casa no parto e parte do pós parto.
Nesse mesmo dia, as 23h as dores ficaram mais frequentes, segui a recomendação da Odete e tomei um banho longo, bem quentinho e fui dormir, as 04h eu acordei sem lugar, as dores aumentaram e eu corri pro chuveiro mais uma vez, depois corri pra sala, sentei na bola de pilates (a Valmária que eu nem conheço pessoalmente se prontificou a me emprestar essa bola numa conversa num grupo de maternidade no Facebook - obrigada, querida!), cronometrei algumas vezes as contrações e elas estava 3 em 10 minutos, com duração de 40 segundos a 1 minuto cada. Liguei para a Odete as 06:10h e ela assim como eu concordou que era melhor ir para minha casa, era dia 25/06, eu estava com 39 semanas e 5 dias de gestação.


Odete chegou, me observou, cronometrou, conversamos um pouco, fez o toque e para nossa surpresa eu estava com 3cm de dilatação, eu confesso que achei que seria 1cm, me animei, mas no fundo eu achava que aquilo duraria muito tempo, uns 2 dias. Por isso eu disse para o meu marido que ele podia ir trabalhar (nesse dia ele trabalharia das 09 as 14h), ele foi dizendo voltar se eu o ligasse. O tempo foi passando e as contrações ficando cada vez mais ritmadas. As 14:20 mais ou menos meu marido chegou do trabalho, eu já estava com 6cm de dilatação (um novo toque foi feito porque em uma das escutas do batimento cardíaco do Henrique houve uma alteração, pequena, mas ouve e queríamos saber se eu já havia passado o período mais demorado da dilatação (que é até os 4cm). Por estes motivos, decidimos que já era hora de irmos para a maternidade. A Odete ligou nas duas maternidades que eu tinha como opção (particular e pública), na particular não tinha em plantão nenhum profissional que eu tinha boas recomendações tanto do meu médio como das minhas pesquisas e a Odete também não conhecia nenhum deles. Por isso decidimos ir para o Sofia Feldman, onde a Odete conhecia de perto a equipe em plantão naquele dia. Antes de irmos minha mãe perguntou para a Odete se o Henrique nasceria ainda naquele dia e ela respondeu que talvez chagasse atrasada para o seu plantão daquele dia (as 19h), mas não muito porque o Henrique estava bem pertinho de chegar. Eu confesso que não me animei muito com ela porque eu continuava achando que demoraria muito. Até chegar no carro me abaixei algumas vezes no caminho para aliviar a dor, fiz as minhas vocalizes no carro durante as contrações e o Dani dirigiu concentrado durante todo o trajeto. No meio do caminho a Odete avisou na maternidade que estávamos a caminho.

Início do trabalho de parto (ainda em casa).

Chegando no Sofia fui direto para a Casa de Parto, local onde eu não poderia ficar teoricamente devido a cesárea previa, mas por ter tido um pre natal tranquilo, a chefe da enfermagem aceitou que eu ficasse lá se no cardiocoto (exame que mede o batimento cardíaco do bebê) não desse nenhuma alteração, fiz o exame e a oscilação persistiu, a Bia (enfermeira obstétrica responsável pela casa de parto) aconselhou que a minha bolsa fosse estourada (em meio a dor eu achei que esse conselho era para acelerar o trabalho de parto, mas na verdade elas queria ver a cor do líquido - por causa das dores eu já não raciocinava direito), a bolsa foi estourada e eu transferida para o prédio da maternidade, eu não poderia continuar na casa de parto, havia um pouco de mecônio no líquido aminótico. Lembro de ter perguntado para a Odete se estava tudo bem e ela disse que sim, que tudo estava sendo monitorado, eu continuei confiando e em nenhum momento (de verdade) tive medo, me sentia amparada por Deus, meu marido e por aquela equipe que me respeitou o tempo todo.
Quase 19h eu chamei a Odete e pedi uma analgesia, eu precisava descansar, ela me disse que faltava pouco e que eu aguentava, mas eu insisti. Fui avisada de que a sala de anestesia estava sendo usada e que eu precisava aguardar uns 20 minutos, continuei no chuveiro para amenizar as dores, neste meio tempo o meu obstetra, que não estava de plantão naquele dia, mas passou por lá foi até a sala que eu estava e disse que arrumaria uma sala de parto com banheira pra mim já que eu estava melhor na água quente. Logo ele voltou dizendo que uma sala tinha acabado de ser liberada e assim que estivesse limpa eu seria transferida. Nos desejou boa sorte e se foi.
Decidi sair do chuveiro, já tinha muito tempo que eu estava lá, eu já tinha ficado na bola, no banquinho de parto, havia tomado suco, comido gelatina e mexerica, tudo nesse banho, rs. Foi bom ter saído porque eu acho que a água quente estava baixando minha pressão, quando voltou a temperatura do meu corpo eu fiquei mais animada.

Odete escutando o coraçãozinho do Henrique
e monitorando as contrações (em casa).
Casa de parto da Maternidade Sofia Feldman

Em meio as dores...

Um novo toque foi feito e eu já estava completamente dilatada, a Odete me avisou que a analgesia naquele momento poderia prejudicar o parto, pois o Henrique já estava muito baixo, o que poderia se tornar necessário fórceps ou uma cesárea. Eu concordei que era melhor não ter a analgesia, fiz uma oração rápida e pedia a Deus que me ajudasse a vencer aquele cansaço. Sentei no banquinho de parto (eu queria parir de cócoras), a Poliana, enfermeira obstétrica da maternidade que me acompanhava me explicou que o Henrique precisava nascer logo. Eu não tinha vontade de fazer força em todas as contrações, mas como era necessário segui o conselho dela e tentei a cada contração fazer meu filhote nascer. Fiz a força errada várias vezes, mas continuei tentando, ao meu redor os profissionais estavam sentados no chão, de pé ao meu redor, Daniel me apoiava as costas, cada um no seu papel profissional, mas que naquele momento entendiam que eram apenas incentivadores, espectadores e ajudadores caso fosse preciso.
O Dr, Roberto foi chamado, pois o batimento do Henrique começou a oscilar cada vez mais, eu pedi uma pausa a equipe e disse que sabia que eles estavam respeitando meu plano de parto, mas que se fosse necessário naquele momento poderíamos partir para o fórceps ou cesárea, pois eu entendia que o Henrique precisava nascer e por algum motivo eu não estava conseguindo.  O Dr. disse que tudo estava sendo monitorado e que o que fosse preciso seria feito. Ele me disse que eu precisava deitar na cama e que ele me ajudaria "buscando" o Henrique com as mãos, ajudando na abertura do meu períneo, lembro de sempre fazer força olhando nos olhos do Dani porque os olhos dele brilhavam a cada vez que ele falava que já estava vendo o Henrique e que eu ia conseguir. Não sei quantas contrações foram necessárias para que o Henrique nascesse, foram muitas, mas foi assim que ele nasceu, em meio a um grito que eu nunca tinha dado na vida, que veio de uma forma muito intensa de dentro de mim. Um grito de dor, alívio, renascimento de uma mãe, mulher... Um grito que foi calado pelo choro do Henrique, que apesar de ter a braquicardia não precisou de nenhuma assistência médica, veio direto para o meu colo, ficamos nos dois nos aquecendo naquele pele a pele, conversando enquanto a placenta nascia, enquanto tirávamos fotos, enquanto os pontos da laceração eram dados... Foi doloroso, mas foi lindo. Henrique nasceu as 20h24min, do dia 25/06 (no aniversário da vó Maria Eugênia), com 49cm, pesando 2.920kg.

Seja bem vindo, Henrique!

Nossa parteira, enfermeira, anjo... Obrigada por tudo, Odete! 




FILHO RESPEITADO

A coisa mais linda que eu tenho para destacar no meu relato de parto em relação aos profissionais foi o quanto o meu plano de parto foi respeitado. Após o nascimento do Henrique, assim como eu pedi ficamos abraçados pele a pele, ele não foi aspirado, não recebeu colírio, só foi medido e pesado aproximadamente 1 hora após o nascimento, não tomou banho, tudo isso foi feito na sala de parto, ao meu lado, mas uma frase e atitude resume todo este respeito: meu marido saiu da sala para buscar o meu jantar, nesse meio tempo ele demorou um pouco. A Graice, enfermeira que ficou na sala de parto comigo nesse meio tempo me disse (exatamente com essas palavras): "Nathália, eu sei que no seu plano de parto diz que a vitamina K deve ser aplicada no colo do pai, como seu esposo ainda não voltou será que eu posso aplicar a vitamina com o Henrique no seu colo?". Eu concordei, segurei o Henrique emocionada tamanha atenção dela em fazer a minha vontade. O Henrique, quentinho, amparado no colo da mamãe nem chorou.

O papai cortando o umbigo após parar de pulsar.



PRA TERMINAR...

Eu, como muitas brasileiras, precisei abrir mão do meu plano de saúde no momento de dar a luz ao meu filho, fui acolhida numa maternidade pública - Sofia Feldman - que me abraçou com carinho e respeito, me sinto na obrigação de destacar isso no meu relato, pois eu tive mais pessoas que contra do que a favor para que eu fosse ter meu filho no SUS. Durante toda a minha internação eu e meus acompanhantes (ora meu marido, ora minha mãe), nos alimentamos muito bem, eu e Henrique fomos examinados várias vezes no pós parto. eu já sabia que teria que ficar num alojamento conjunto e fui preparada pra isso, confesso não ter conseguido descansar por causa do coro dos bebês chorando de madrugada (e também porque o Henrique mamou varias vezes, rs), mas como para mim a hotelaria do hospital não era prioridade acolhi aquele momento como necessário.
Após viver esse sonho de dar ao meu filho a oportunidade de nascer com respeito, esperando pelo seu momento de nascer eu cheguei a conclusão de que eu dei ao Danilo e ao Henrique o meu melhor. Me submeti a uma cesárea acreditando está salvando a vida do Danilo. Como já tinha acesso a outras informações eu precisava fazer tudo diferente dessa vez e foi por isso que eu fiz.
Eu renasci como mãe, como mulher, como cristã... Agradeço a Deus pela dádiva de ter os meus filhos saudáveis.

Meus amores, Danilo e Henrique juntos. 

Obrigada ao meu marido por me apoiar nas minhas escolhas.
Obrigada Danilo e Henrique por me fazer mãe, por cada abraço, aconchego... Amo vocês bem forte!
Obrigada a Odete que foi minha enfermeira obstétrica, doula, amiga... Me abraçou, massageou, apoiou, me lembrou o quanto o meu corpo estava respondendo bem no trabalho de parto. Eu sei que sem a sua assistência tudo teria sido diferente.
Obrigada a minha mãe que cuidou e cuida de mim e da minha família da melhor forma possível (estou ficando mal acostumada com o café na cama todas as manhãs no meu resguardo).
Sou muito grata aos meus amigos de perto e de longe, aos meus familiares que nos cercaram de carinho durante essa gestação.

Que mais relatos de nascimentos cercados de respeito circulem pela rede.


domingo, 29 de dezembro de 2013

Desabafo para recomeçar

Tem muito tempo que eu não passo por aqui, não é? Vou contar o porque.
Hoje eu vim falar de algo que me marcou muito nessa história de maternidade, a lista de coisas que me fazem feliz desde o dia que vi os dois "risquinhos" no teste de farmácia são inúmeros, mas há um fato que me marcou muito negativamente que foi a forma de nascimento do Danilo. Como eu não conseguia me expressar direito em relação a isso, deixei esse blog de lado por um tempo porque eu achava que tudo que contasse aqui seria mecânico, sem emoção, porque na verdade eu gostaria de falar sobre outro assunto, mas evitei por muitos motivos, o primeiro é porque eu nem sabia como começá-lo. 
Tem um relato nascimento do Danilo que já está aqui no blog, você pode ler clicando aqui,  e um outro post que escrevi contando sobre a internação do Danilo. Este relato você pode ler aqui
Quando eu escrevi sobre a cesárea eu já havia me expressado sobre a minha frustração em não ter tido um parto normal, mas naquele momento eu ainda não conseguia raciocinar sobre algumas coisas que eu havia pesquisado enquanto estava grávida, o principal motivo pra eu ter agido assim é porque eu só pensava no meu filhote. Um ano e quase cinco meses se passaram e eu acho que já estou pronta para verbalizar aqui para vocês as coisas que tem passado na minha cabeça e me fizeram ler diariamente sobre assunto neste tempo. Eu sofro desde o dia que me submeti aquela cesária, primeiro eu sofri porque eu senti muitas dores no local do corte, até porque eu não tive repouso, fiquei 12 dias indo a maternidade, ficando (eu e meu marido) com o Danilo no CTI de oito a doze horas diárias; segundo porque eu não consigo acreditar que os motivos que os médicos me disseram são verdadeiros para ter adiantado meu parto e na minha cabeça eles (infelizmente com meu consentimento) não estavam nada salvando a vida do meu bebê, mas graças a Deus tive um final feliz. 
Você deve se lembrar que fiz meu pré natal com uma médica (a segunda na minha gravidez porque o outro médico era de quando eu ainda morava em Brasília) e acabei optando em não fazer o parto com ela porque meu marido não gostou dela e no fim eu também fui desgostando porque ela ficou grávida e passou a não ter muito tempo/ dedicação as pacientes... Por isso, seguindo uma indicação dessa doutora, fui a maternidade que escolhi para ter uma consulta com o plantonista e este analisar meu caso, que até então era de uma placenta calcificada quando completei 35 semanas  e um feto considerado pequeno (quando fui nessa consulta eu já estava com 37 semanas e 1 dia), chegando lá, passei de uma grávida saudável, tranquila que não soube o que eram os desconfortos da gravidez a uma gestante com gravidez de risco. Nesse momento eu posso - hoje - refletir que uma coisa é você ler sobre o assunto, outra é ouvir de uma médico que é melhor fazer a cesárea naquele momento, pois isso pode salvar a vida do seu bebê e outras coisas que já citei no primeiro post sobre este assunto.
Meu mundo parou ali e quando voltei não tinha chão... Pra resumir, quero chegar ao ponto que na minha opinião mais pesa. Eu acho SIM que o pneumotórax que o Danilo teve foi sim por ter feito uma cesária com 37 semanas e 1 dia, eu não acho que foi um ar que entrou no pulmão dele como me explicaram, na verdade o pulmão dele não estava pronto... Roubaram de mim a chance de realizar um parto no momento certo, que eu sonhava que fosse normal, mas se fosse necessário uma cesária que fosse após um trabalho de parto, me tiraram a chance de ter foto de todos os dias de vida do Danilo no seu primeiro mês como tenho dos demais meses, porque eu não quis registrar os dias em que meu filho ficou intubado ou com qualquer outro tipo de aparelho (só tenho algumas fotos com planos bem fechados a partir do sétimo dia quando seu rostinho não tinha mais aparelhos ou sonda), não pude ter a companhia do meu filhote no bercinho ao lado da minha cama na maternidade, não dei o primeiro banho, não recebi as visitas na maternidade e em casa para mostrar o meu maior presente (o Danilo precisou ficar 3 meses sem visitas), não curei seu umbigo, precisei complementar sua amamentação porque nos primeiros dias onde meu corpo entenderia o quanto de leite deveria produzir eu não amamentei (apenas tirava o leite com bombinha)... Bem, teria mais coisas a listar, mas vou parar por aqui.


Pode parecer tarde demais para eu postar sobre isso, mas acontece que isso não sai da minha cabeça, então eu imaginei que talvez falando sobre o assunto eu consigo processar melhor os sentimentos confusos que o início da maternidade me deixou. 
Nunca fui uma pessoa radical, não acho que um parto deva ser sempre normal, cada caso é um caso, as vezes é necessária uma intervenção cirúrgica para o nascimento de um bebê... No meu caso, infelizmente tive uma (desne)cesária que poderia ter me tirado a chance de ser mãe, mas Deus não deixou - Obrigada Deus!

O tempo passou e hoje eu posso dizer que me conforta saber que o Danilo não tem memória de nada disso, graças a Deus é saudável, esperto (até demais, rs) e a cada dia que passa agradeço a Deus por ter me dado a chance de tê-lo na minha vida.
Quero voltar o blog a ativa, espero que este "desabafo" seja o pontapé inicial. 

Danilo com 1 ano e 4 meses








terça-feira, 5 de março de 2013

6 meses de muitas novidades

Eu sei, estou mega sumida, já entrei aqui no blog para contar as novidades para vocês, mas a correria não tem deixado, pra ter uma ideia, eu escrevi um post quando o Danilo fez 5 meses, mas ficou como rascunho porque estava incompleto e agora não posso mais postá-lo porque está desatualizado... Perdeu a graça, sabe?

Mas vamos as novidades dos 6 meses, então, já são 6 meses e meio (meu bebê está crescendo, rs). Todos falam que um grande marco para os bebês são as mudanças dos 3 meses, é verdade, o Danilo desenvolveu bastante nesta época, mas o sexto mês, meu Deus, são MUITAS mudanças. O Danilo já senta bem durinho, movimenta a cabeça para frente, para traz, para os lados, para cima e não cai mais, ele está quase se sentando sozinho (quando eu digo "se sentando sozinho" é sem ninguém o colocar sentado, ele já tenta, mas ainda se desequilibra). Como ele se cai para traz quando está cansado, eu sempre o deixo rodeado de almofadas para que ele não se machuque quando se joga, tenho usado essas proteções para eu poder ficar mais tranquila e sair rapidinho de perto dele, mas já vi que não poderei mais confiar nessas "barreiras" porque o meu Pequeno com meio ano de vida já tem conseguido se livrar de algumas almofadas se arrastando.

"A mamãe acha que me cercando assim eu não consigo sair", kkkk

A mamãe babona aqui se pega sempre vibrando com as novas descobertas, não preciso nem dizer que se deixar eu só fico falando sobre isso, né? Rs. Mas deixa eu mudar de assunto porque tenho outras coisas para contar.

Lembra que eu contei aqui que o Danilo desde quando completou 3 mese e 1 semana passou a dormir a noite toda? Então, dormia, sim, o verbo está no passado. Com 5 meses meu filhote passou a acordar na madrugada para mamar, no início ele acordava uma vez, mamava e voltava a dormir rapidinho, há algumas semanas atrás ele começou a acordar várias vezes (de 2 a 4 vezes) e essas noites agitadas coincidiram com as semanas que o Danilo passou a se alimentar mal. Agora ele voltou a acordar apenas 1 vez, mais ou menos as 04h para mamar e volta a dormir.

Por falar em comida, o Danilo já faz 3 refeições por dia, tem sido assim: 

07:30 - 8:00h - acorda e mama
09:00 - 9:30h - suco 
11:00 - 11:30h - almoço e água ou suco
14:30 - 15:00h - frutas e água
17:30 - 18:00h - jantar e água
19:15 - 19:30h - mama e mamadeira 
22:30 - 23:00h - mamadeira (com Danilo dormindo)
*No intervalo de todas estas refeições o Danilo mama no peito.
** Não anotei o horário das sonecas porque ultimamente tem sido em horários alternados.

Como eu comentei acima, por umas duas semanas o Danilo se alimentou muito mal, por exemplo: se ele almoçava não comia a frutinha de jeito nenhum e a janta então era raridade, em uma semana ele comia bem apenas umas 2 vezes, o restante dos dias estava super bagunçado. Fiz de tudo para fazer isso mudar, já que antes Danilo comia "tudo e mais um pouco" que o oferecia. Comecei a fazer papinha com igredientes que o Danilo já havia experimentado e gostado, a fiz amassada, peneirada, batida no liquidificador (mesmo o pediatra não aprovando - foi o desespero que me fez "desobedecê-lo", rs), até que no dia 04/03 ele voltou a comer todas as refeições novamente, abrindo o maior bocão pedindo mais papá (e a mamãe está super feliz por isso).

Na última consulta (04/02) o Danilo estava medindo 69 cm e pesando 8.900 kg, o pediatra disse que a tendência agora é o ganho de peso diminuir bastante porque os bebês nessa idade já gastam calorias, como o Danilo está bem gordinho isso é uma boa notícia e para ajudar para que isso aconteça, nas papinhas salgadas tenho feito legumes, verduras e carne, evitando macarrão e arroz, só pelo fato destes alimentos serem engordantes. No próximo dia 07/03 iremos ao pediatra novamente.

Olhar o mundo de cabeça para baixo e comer as mãozinhas e tudo que tiver por perto tem sido o mais comum por aqui.

Fizemos um passeio na Praça da Liberdade, queremos mais dias como este.

Espero voltar com mais frequência, até o próximo post!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Está virado rotina

ROTINA, esta é uma palavra que não tinha aqui em casa a muito tempo, pois nos primieros meses Danilo nunca mamou com intervalos programados e muito menos dormiu e acordou no mesmo horário, mas de umas duas semanas para cá parece que tudo mudou, os horários das mamadas ainda não são regulares, mas os intervalos aumentaram muito, tem sido em torno de 2h30min (durante o dia) e a grande novidade que espero que só melhore e nunca regrida, rs, é em relação ao sono. O Danilo agora dorme a noite toda ou quando acorda, é apenas uma vez (3:30h ou 04:20h) mama de 6 a 10 minutos e dorme de novo, a mamãe aqui está mega feliz por isso, o que eu tenho dito pra ele é que ele também pode acordar tarde porque ele não tem que ir para escola cedo, rs. Isso porque as 08h (as vezes 09h) ele começa a conversar no berço e quando eu apareço para pegá-lo ele abre o sorriso, da um gritinho feliz (ele aprendeu a gritar de um dia para o outro) e o dia então começa. As vezes ele volta a dormir 1h depois de ter conversado muito, mas este sono é só um cochilinho, dura no máximo 1h.

Não para quieto nem para dormir.
Ah, esse body lindo na foto o Danilo ganhou no seu primeiro amigo oculto on line. Eu acho que já contei aqui que participo de um grupo de mães no Facebook que tiveram bebê na mesma época que eu, então, fizemos um amigo oculto on line por causa do fim de ano, sorteamos virtualmente e enviamos via correio os presentes, o do Danilo chegou ontem, o presente que compramos para o amiguinho dele apesar de já está a caminho ainda não chegou ao bebê que ele tirou, por isso não posso contar o presente que ele deu (compramos uma das opções que a mamãe do outro bebê sugeriu)... Vai que a mamãe desse bebê lê este post e descobre antes da hora, aí não terá graça, né?!

 
BOAS NOTÍCIAS, fomos ao pediatra ontem e Danilo está super bem, medindo 63cm e pesando 7200Kg, o Dr. deu nota 10. Eba! como ele se adaptou ao suquinho muito bem, vamos iniciar a papinha doce, hoje ao invés de leite, Danilo vai almoçar uma frutinha (mamão, banana, maça ou pêra), vamos começar pela maça. Depois eu posto uma foto da bagunça que vamos fazer, rs.

Já tenho celulites

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

3 meses


Ontem, dia 18/11, Danilo completou 3 meses, a cada mês a nossa alegria aumenta. 
Dizem que com 3 meses o bebê muda muito e é isso mesmo, Danilo já sustenta o pescocinho por um tempinho, da gargalhadas, interage mais conosco e agora nas últimas semanas ele tem babado muito e mordido as mãozinhas, a princípio ainda é cedo para os dentinhos surgirem, mas é bem provável que alguma coisa relacionado a dentição dele esteja acontecendo (mesmo que os dentinhos não apareçam logo). Por causa dessa "babeira" e coceira na gengiva ele tem ficado um pouco mal humorado no fim do dia e início da noite. Por causa deste irritação (choro aparentemente sem motivo, desejo de ficar só no colo...) ele também pode está na crise dos 3 meses, onde o bebê faz descobertas tão importantes que afeta o seu comportamento por um tempo. Para entender mais sobre a crise dos 3 meses, clique aqui. Espero que isso logo passe.
Com a chegada de mais um mês, chega também o dia de mais uma vacina e hoje (19/11) Danilo tomou a vacina contra meningite C. Ele chorou e gritou muito, mas depois parece ter esquecido e voltou a brincar, logo em seguida mamou e dormiu.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O seguno mês

Tem muito tempo que não venho aqui contar as novidades, né?! O motivo vocês já sabem: mãe de primeira viagem demora um pouco mais para pegar o pique, rs. Na verdade eu até tive tempo em alguns dias, mas preferi dormir junto com o Danilo do que escrever, me perdoem, caros leitores, rs.

O nosso Danilo está cada dia mais uma bolinha e em relação ao peso dele um fato, pelo menos curioso aconteceu. Levei ele ao novo pediatra, dia 01/11, (mudamos de pediatra porque estamos mudando de convênio) e na consulta como de costume ele foi pesado (5.800Kg) e medido (59cm), ficamos super felizes ao saber que em 20 dias ele engordou 800g e cresceu 4cm, nota 10 segundo o doutor.
Porém, no dia 07/11 (uma semana depois) voltei com o Danilo no antigo pediatra (foi a última consulta dele com este médico) e para nossa surpresa, lá ele pesou 6.600Kg e mediu 59cm. O pediatra disse que a diferença provavelmente foi devido ao ajuste da balança, mas isso me deixou curiosa, afinal, qual será o peso atual do meu gordinho? Eu ainda não sei, mas como o Danilo estava sendo acompanhado pelo Dr. que o pesou com 6.600Kg este deve ser o peso aproximado que ele está (esta é a balança que ele sempre foi pesado, né?! - da para entender meu raciocínio?).

Outra novidade é que agora foi introduzido suco na dieta do Danilo, a receita com os sabores foram passadas e até agora o Danilo já tomou suco de: laranja, cenoura e beterraba, ele gostou de todos, mas desconfio que o seu preferido seja o de laranja, este ele tomou 60ml, os outros não tomou mais que 40ml.

O umbigo do nosso filhote já está cicatrizado, mas foi diagnosticado uma hérnia que segundo o médico deve sumir até os quatro anos de idade. Ela não o incomoda, só é mesmo um probleminha estético... Só nos resta ter paciência para esperar que ela suma.



Outra consulta que aconteceu esta semana foi no dermatologista, queríamos saber sobre a pinta de nascença que o Danilo tem nas costas. O dermatologista disse que esta pinta só teria que ser examinada mais a fundo se tivesse mais que 10cm, como ela mede 6cm deve apenas ser observada se não mudará de cor, textura e tamanho e repetir a consulta de ano em ano.
 






Posso dizer que desde que o Danilo nasceu esta é a semana que notei mais diferenças nele, da pra ver que ele cresceu, sabe? Ele fica sozinho no berço brincando, já da uma gargalhada gostosa, tem mamado com menos frequência (mas não em menor quantidade) e conseguido dormir no primeiro momento da noite por 4h, depois deste primeiro momento os intervalos diminuem para 3h ou 2h, mas já consigo ver um avanço, espero em breve contar que estas 4h se transformaram em 8h. Claro que como todos os bebês, há dias que ele quer ficar no colinho mais do que o normal (nestes dias não da nem para almoçar direito, rs). 

O segundo mês está quase acabando e como o próximo dia 18 se aproxima (dia que o Danilo completa 3 meses) eu já me lembro que com ele vem mais uma dose de vacinas, graças a Deus estas não dão reação como a anterior que me fez sofrer junto com meu bebê.

Separei estas fotos engraçadinhas para vocês:




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

2 meses hoje

Hoje é dia de festa! Nosso filho completa 2 meses. Meses esses que só nos tem trago alegrias.
"Obrigada Deus, por nos presentear com o Danilo, ele é lindo e nosso maior bem."

Te amamos filhote!