26 horas no berçário
Como eu já contei no último post, o menino mais
lindo do mundo nasceu dia 18 de agosto, eu parei na parte em que me entregaram
Danilo para subirmos juntos para o quarto. Então, foi isso que aconteceu,
subimos para o quarto e lá estavam o papai, avós e titios corujas para conhecer
o nosso tão esperado baby.
Começou o momento das fotos, um a um pegava
Danilo no colo e fazia a pose clássica, não faltavam sorrisos. Até que uma
enfermeira do berçario que tem como responsabilidade ir aos quartos para
ensinar as mamães a amamentar entrou no quarto, primeiro ela colocou o Danilo
no meu peito, mas ele não pegou, ela disse que era normal porque os bebês tem
uma reserva de glicose, por isso podem demorar um pouquinho a sentir fome e
também porque meu leite não havia descido (no parto cesariana o leite pode
demorar a descer, isso pode acontecer até o 6° dia). Ao finalizar o momento
amamentação, esta enfermeira me disse: "o seu bebê esta chiando um
pouquinho, isso pode ser cansaço ou frio, eu preciso levá-lo para o
berçario", no mesmo instante eu pedi para que ele ficasse conosco mais um
pouquinho até que todos chegassem no quarto para conhecê-lo, a enfermeira
concordou. Nós enrolamos o Danilo em mais um cobertor e ela saiu... Depois que
todos já haviam tirado foto com Danilo (não se passaram mais que 30 minutos) eu
(inocentemente) chamei aquela enfermeira novamente e a entreguei o meu filhote,
quando ela estava saindo eu disse: "não demora trazê-lo de volta, tem 9
meses que eu não sei mais viver sem ele", ela me disse que assim que ele
deixasse este cansaço ela o traria de volta e que isso não demoraria muito... A
partir daí tudo mudou, pelos próximos dias eu não teria mais a alegria de ter o
Danilo ao meu lado da cama como todas as outras mães que têm os seus bebês.
As horas foram se passando e nada do Danilo
voltar, o Dani (papai do Danilo) ligou para o berçario e eles disseram que ele
estava sendo examinado e que depois dos exames dependendo do resultado ele
voltaria para o quarto ou passaria a noite em observação. Não preciso dizer
que a esta hora eu já estava deformada de chorar e cheia de preocupação, né?!
Só as 23h a pediatra do berçario veio conversar comigo e me disse que o Danilo
não tinha nada grave, mas que precisaria passar a noite lá em baixo (no
berçário). Eu (ainda cheia de inocência) perguntei se eu não poderia segurá-lo
só mais um pouquinho e ela friamente me disse: "hoje não, quem sabe amanhã
depois que você tirar o soro".
No dia seguinte levantei as 6h, demorei um pouco
a ficar de pé (eu já havia ido ao banheiro algumas vezes na madrugada, por isso
eu não sentia mais tontura ao levantar). Eu ainda estava um pouco curvada por
causa dos pontos, mas fiquei de frente a um espelho e me estiquei ao máximo
para conseguir caminhar sem parecer que estava sentindo dores (eu temia que
alguma enfermeira me mandasse de volta para cama caso eu estivesse muito
curvada). Saí pelo hospital procurando o berçário, quando encontrei uma outra
enfermeira (bastante carinhosa) me disse que eu só poderia ver o Danilo a
partir das 10h pois todas as crianças naquele horário estavam fazendo exames e
depois tomariam banho e etc.
Voltei para o quarto, chorei mais um pouco e
fiquei esperando as longas 4 horas passarem para dar logo o horário de ver o
meu filhote.
O horário dito pela enfermeira chegou e lá estava
eu esperando na porta ansiosamente para entrar no berçário. Fiz toda a
higienização necessária e entrei, de cara eu vi e reconheci o Danilo, eu só
poderia tocá-lo, mas não carregá-lo, ele estava naqueles bercinhos aquecidos,
todo fechado... Danilo não estava mais inchadinho, mas tinha o mesmo rostinho
que eu havia "decorado" no dia anterior. Fiquei lá fazendo carinho
nele até o mais ou menos 13h, precisei subir ao quarto para tomar a medicação e
almoçar, em seguida desceria ao berçário novamente.
Ao voltar ao berçário tudo havia mudado, estava
eu e meus pais, ao nos aproximarmos do berçário vi que Daniel já estava lá com
ele. De repente Daniel começou a andar bem rápido, falava alguma coisa em voz
alta que eu não conseguia ouvir, fiz a higienização bem corrida e entrei no
berçário, Danilo estava se contorcendo e com uma cúpula na cabeça para lhe
mandar mais oxigênio, a pediatra nos disse que ele estava com Pneumotorax (uma
bola de ar no pulmão) que precisava ser drenada, eu perguntei se era muito
grave e ela nos disse que por ter descoberto naquele momento não. Danilo foi
transferido para o CTI.
10 dias no CTI - Neo Center
Graças a Deus havia vaga no CTI no exato momento
que precisávamos de um leito, subimos para la para acompanhar a transferência
do Danilo, não consigo descrever em palavras o quanto o nosso filho se
esforçava para respirar, nem o quanto chorávamos e sofríamos devido ao que
estava acontecendo.
Ao entrar no Neo Center tivemos que aguardar do
lado de fora enquanto o procedimento para salvar nosso Danilo era feito, foram
as 1h 30min mais longas da minha vida, do lado de fora eu chorava e
Daniel tentava me consolar a todo instante. Naquele momento eu pensava que ter
adiantado o parto poderia ter contribuído para este acontecimento, que na minha
barriga ele estava bem e etc.
Nesse intervalo de tempo o Dr. Norton que fez o meu parto foi até o CTI para
ter notícias do Danilo - Eu esqueci de dizer aqui, mas Daniel encontrou com ele
no corredor do hospital e contou a ele o ocorrido, ele prontamente se mostrou
interessado a ajudar - O Dr. entrou, conversou com a pediatra cirurgiã e voltou
nos dando notícias. Em relação ao Danilo ele disse que ele estava bem e que
logo a pediatra viria falar conosco, mas o que ele disse que me tranquilizou
bastante foi que o fato de termos realizado o parto não foi o que causou o
pneumotorax e que se tivésemos realizado o parto em outro dia, talvez a bola de
ar estaria maior o que faria o caso mais grave.
Naquele momento agradeci a Deus por ter dado este
livramento ao nosso filho, por termos adiantado o parto e também porque com a
cesária o bebê faz menos esforço para nascer e com isso diminui o cansaço e
esforço do pulmão. Eu agradeci a Deus por todas estas coisas dizendo apenas
"obrigada Deus" e nada mais, não conseguia formular frases tamanho o
meu medo e nervosismo... Estava tão difícil entender tal situação e os
"porquês" não saiam da minha cabeça.
O procedimento acabou e a pediatra prontamente
conversou conosco explicando tudo que perguntávamos em relação ao tratamento.
Para resumir, foi neste momento que ficamos sabendo que o Danilo ficaria
internado por 10 dias, sendo tratado com antibiótico. Nos primeiros 3 dias ele
ficou intubado, com um dreno no pulmão (para drenar o ar), com uma sonda de
alimentação e um catéter para soro e antibiótico, fora os outros
"fios" que captavam batimentos cardíacos, pressão arterial e coisas
do tipo.
Nos autorizaram a ver o nosso bebê, neste momento
ele estava sedado (por causa do procedimento), mas já dava para perceber o
alívio dele em respirar com a ajuda do respirador. Não era nada fácil deixar o
Danilo lá, mas me senti mais segura sabendo de todos os recursos e cuidados que
ele teria lá.
Para resumir bem, nos 10 dias que seguiram, a
minha rotina e do maridão era ao lado do nosso filho, podíamos ficar com ele de
11:00 às 23:00h, nós ficávamos o máximo de tempo que podíamos e conseguíamos, geralmente
ficávamos com ele até as 20:30h.
Quando Danilo foi internado eu pensava que
enquanto ele não tivesse alta nós não seríamos felizes, eu estava enganada, no
terceiro dia tivemos a alegria de ver nosso filho sem tubo e dreno
(substituíram o tubo por um CPAP), no dia seguinte retiraram o CPAP (ele passou
a respirar sozinho), depois ele ficou livre da sonda, iniciou a mamada na
mamadeira e no dia 23 (5° dia de CTI) Danilo mamou no meu peito (que emoção
para a mamãe que pôde o segurar nos braços e para o papai que ficou ao meu lado
só observando os gestos e barulhinhos que o Danilo fazia enquanto sugava).
Por falar em amamentação, o meu leite desceu na
segunda feira, dia 20, um dia após a internação do Danilo no Neo Center, eu nem
estava esperando que meu leite descesse, pois diante de tantos problemas, achei
que meu psicológico não permitiria isso, mas não foi assim, o leite desceu e
com esta novidade um pouco de alegria naquele dia surgiu. Aprendi com a
enfermeira responsável pelo aleitamento como realizar a ordenha para que o
meu leite fosse passado na sonda ou na mamadeira para o Danilo.
Os dias se seguiram assim, eu e o maridão
chegávamos no CTI no máximo até as 12:30h, às 13h, 16h e 19h eu amamentava o
Danilo e sempre que possível o papai o fazia arrotar.
Não era todos os dias que estávamos bem, tinha
dias que eu me revoltava e aí o maridão tentava me animar, em outros dias era a
vez dele de ficar para baixo... Em um destes dias de revolta, na sala que é
reservada para as mães realizarem a ordenha (retirada do leite), conversando
com uma delas vi que o meu problema era pequeno diante de algumas, várias delas
estavam nessa rotina de viver no CTI há meses, os casos eram variados, algumas
tinham bebês prematuros precisando aumentar o peso, outros estavam doentes e
etc. Não posso dizer que isso fez tudo ficar fácil, mas me fez perceber que
diversas famílias já passaram, estão passando ou vão passar pelo que passei, eu
não sou a única mãe que teve um pré-natal perfeito, que comeu de 3 em 3 horas,
que deixou de comer algumas coisas por recomendação médica, que não exagerou em
nada para que eu e o bebê estivéssemos bem na gestação e no parto e mesmo assim não tive o retorno que esperava.
Finalmente a tão esperada quarta feira, dia 29/08
chegou e com ele o telefonema logo cedo do hospital comunicando a alta do CTI
para o Danilo, agora ele precisaria permanecer mais 24 horas no berçário para
ser monitorado.
24 horas de observação – Vamos para casa!
Chegamos no hospital (eu e o maridão) e depois de
algumas burocracias desci o elevador com o Danilo nos braços, depois de 10 dias
essa era a primeira vez que eu o carregava sem que ele estivesse ligado aos
“fios” que o monitorava, fiquei bastante emocionada em poder desfilar com ele
pelos corredores do hospital. Ao chegar no berçário o pediatra me disse que o
Danilo tinha condições de passar a noite comigo no quarto, eu precisava apenas
me internar com ele, foi isso que eu fiz naquela mesma hora. Então eu passei a
viver o que eu sonhei para o dia do parto, ao lado da minha cama estava o
bercinho do Danilo e ele dentro dele, que alegria!
Passamos a noite tranquila, ele chorou pouquinho
de fome, depois das mamadas voltou a dormir como um anjinho. No dia seguinte
recebemos alta para irmos para casa e a partir daí tem sido só alegria.
Vou contar como tem sido a rotina em casa nos
próximos posts.
Para finalizar, vou deixar o texto escrito pelo
papai Dani no Facebook no dia em que Danilo veio para casa.
"Sobre os 11 dias mais difíceis da minha vida
Era pra ser o melhor dia da minha vida, e foi, ver ele nascer, ver seu rostinho, pega-lo no colo, até o momento em que ele teve dificuldades para respirar, teve que ser levado para observação e
Era pra ser o melhor dia da minha vida, e foi, ver ele nascer, ver seu rostinho, pega-lo no colo, até o momento em que ele teve dificuldades para respirar, teve que ser levado para observação e
fazer exames.
Era domingo, cheguei para visita-lo e ele estava lutando para respirar,
os exames confirmaram, ele estava com PNEUMOTORAX, nada grave, apenas
umas bolinhas de ar entre o pulmão e o torax que impede o pulmão de
expandir totalmente causando cansaço.
Subiram com ele para o CTI,
fizeram uma drenagem no torax, e o alivio foi imediato, o pulmãozinho ja
estava funcionando perfeitamente, mas la estava ele, tão pequeno, tão
fagil, tão lindo, todo entubado, com fios por toda parte.
Os exames
mostraram que não havia infecção, mas o tratamento foi como se fosse uma
pneumonia, ele teria que ficar naquele CTI por 10 dias tomando
medicamentos, mesmo estando fora de risco.
Eu, a principio me
revoltei, fiquei triste, frustrado, com certeza foram os dias mais
dificeis da minha vida, mas tinha uma certeza, ele sairia dessa vivo.
Na segunda o registrei, Danilo Machado Nunes, minha vida havia mudado
tanto em tão pouco tempo eu só conseguia pensar em como tirá-lo de lá,
mas decidi confiar em Deus, ele sempre sabe o que faz.
A cada dia que passava, ele estava melhor, mais bonito, mais saudavel, a unica coisa que fazia era, mamar, dormir e sorrir.
Foram dias longos e dolorosos não desejo nem para o pior inimigo.
Os onze dias se findaram, e hoje o trouxemos para casa com algumas
certezas, a de que Deus é bom e seu cuidado é incomparavel, a certeza de
que por ele sou capaz de tudo, matar e morrer, a certeza de que o amo
de forma diferente, é um amor tão grande que não consigo explicar, a
certeza de que nossa história está apenas começando e farei de tudo para
que ele se orgulhe do pai que tem todos os dias de sua vida, e quando
seu pai se for, seus filhos e os filhos de seus filhos se lembrarão com
orgulho do pai que ele teve.
Seja bem vindo ao lar meu filho, papai te ama."
Eu não posso encerrar este post sem agradecer aos nossos amigos que nos apoiaram muito nestes dias difíceis, cada um da sua maneira. Quero destacar os amigos Tati, Jackson e seus filhos Levi e Sofia, a amizade de vocês nos fortalece e foi fundamental para este momento, muito obrigada mesmo, principalmente a Sofia, pelo carinho e dedicação em orar todos os dias para que Deus curasse o Danilo para estar em casa conosco.
Nossa família também é maravilhosa, obrigada aos meus pais, sogros, irmão e cunhados por nos apoiar sempre. Amamos vocês!
Caramba, que barra em Naty.
ResponderExcluirJá foi forçada a aperfeiçoar os dons de mãe tão logo. Apesar de todo sofrimento que foi vê-lo nesta situação, soube ser paciente e oferecer seu esforço e amor ao Danilo.
Estou aqui orando para que tudo fique bem com ele, e que Deus continue lhe dando sabedoria para viver este momento.
Se cuida também, sei que está aflita por ele, mas eu me esforcei muito nos primeiros dias da cesárea e só depois senti o peso disto em minha recuperação.
Beijos, bom fim de semana.
www.meubenicio.blogspot.com.br
Obrigada Lelly, graças a Deus o Danilo está bem, cada dia mais lindo e gordinho, rs. Agora só nos resta os bons momentos!
ResponderExcluirObrigada pelo carinho... Bjo
Nathalia estou com um bb internado na mesma situação pela qual vc passou,(vitoriosa parabens).bom preciso muito falar com uma mãe que passou porisso,ter seu filho internado no CTI,tbm da octaviano neves,coincidentemente.
ResponderExcluirPor favor,te peço que me passe um contato seu (telefone)ou meu tel é: 31 3077-4261
Não vou incomoda-la,apenas preciso ouvir um caso de sucesso pra me dar forças.
De mãe pra mãe agradeço desde ja. bjs,fiquem c deus.
ops,estou c problemas com este tel afff.. pode me ligar nos: 31 3087-6759 ou 9421-9414 bjs
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