domingo, 29 de dezembro de 2013

Desabafo para recomeçar

Tem muito tempo que eu não passo por aqui, não é? Vou contar o porque.
Hoje eu vim falar de algo que me marcou muito nessa história de maternidade, a lista de coisas que me fazem feliz desde o dia que vi os dois "risquinhos" no teste de farmácia são inúmeros, mas há um fato que me marcou muito negativamente que foi a forma de nascimento do Danilo. Como eu não conseguia me expressar direito em relação a isso, deixei esse blog de lado por um tempo porque eu achava que tudo que contasse aqui seria mecânico, sem emoção, porque na verdade eu gostaria de falar sobre outro assunto, mas evitei por muitos motivos, o primeiro é porque eu nem sabia como começá-lo. 
Tem um relato nascimento do Danilo que já está aqui no blog, você pode ler clicando aqui,  e um outro post que escrevi contando sobre a internação do Danilo. Este relato você pode ler aqui
Quando eu escrevi sobre a cesárea eu já havia me expressado sobre a minha frustração em não ter tido um parto normal, mas naquele momento eu ainda não conseguia raciocinar sobre algumas coisas que eu havia pesquisado enquanto estava grávida, o principal motivo pra eu ter agido assim é porque eu só pensava no meu filhote. Um ano e quase cinco meses se passaram e eu acho que já estou pronta para verbalizar aqui para vocês as coisas que tem passado na minha cabeça e me fizeram ler diariamente sobre assunto neste tempo. Eu sofro desde o dia que me submeti aquela cesária, primeiro eu sofri porque eu senti muitas dores no local do corte, até porque eu não tive repouso, fiquei 12 dias indo a maternidade, ficando (eu e meu marido) com o Danilo no CTI de oito a doze horas diárias; segundo porque eu não consigo acreditar que os motivos que os médicos me disseram são verdadeiros para ter adiantado meu parto e na minha cabeça eles (infelizmente com meu consentimento) não estavam nada salvando a vida do meu bebê, mas graças a Deus tive um final feliz. 
Você deve se lembrar que fiz meu pré natal com uma médica (a segunda na minha gravidez porque o outro médico era de quando eu ainda morava em Brasília) e acabei optando em não fazer o parto com ela porque meu marido não gostou dela e no fim eu também fui desgostando porque ela ficou grávida e passou a não ter muito tempo/ dedicação as pacientes... Por isso, seguindo uma indicação dessa doutora, fui a maternidade que escolhi para ter uma consulta com o plantonista e este analisar meu caso, que até então era de uma placenta calcificada quando completei 35 semanas  e um feto considerado pequeno (quando fui nessa consulta eu já estava com 37 semanas e 1 dia), chegando lá, passei de uma grávida saudável, tranquila que não soube o que eram os desconfortos da gravidez a uma gestante com gravidez de risco. Nesse momento eu posso - hoje - refletir que uma coisa é você ler sobre o assunto, outra é ouvir de uma médico que é melhor fazer a cesárea naquele momento, pois isso pode salvar a vida do seu bebê e outras coisas que já citei no primeiro post sobre este assunto.
Meu mundo parou ali e quando voltei não tinha chão... Pra resumir, quero chegar ao ponto que na minha opinião mais pesa. Eu acho SIM que o pneumotórax que o Danilo teve foi sim por ter feito uma cesária com 37 semanas e 1 dia, eu não acho que foi um ar que entrou no pulmão dele como me explicaram, na verdade o pulmão dele não estava pronto... Roubaram de mim a chance de realizar um parto no momento certo, que eu sonhava que fosse normal, mas se fosse necessário uma cesária que fosse após um trabalho de parto, me tiraram a chance de ter foto de todos os dias de vida do Danilo no seu primeiro mês como tenho dos demais meses, porque eu não quis registrar os dias em que meu filho ficou intubado ou com qualquer outro tipo de aparelho (só tenho algumas fotos com planos bem fechados a partir do sétimo dia quando seu rostinho não tinha mais aparelhos ou sonda), não pude ter a companhia do meu filhote no bercinho ao lado da minha cama na maternidade, não dei o primeiro banho, não recebi as visitas na maternidade e em casa para mostrar o meu maior presente (o Danilo precisou ficar 3 meses sem visitas), não curei seu umbigo, precisei complementar sua amamentação porque nos primeiros dias onde meu corpo entenderia o quanto de leite deveria produzir eu não amamentei (apenas tirava o leite com bombinha)... Bem, teria mais coisas a listar, mas vou parar por aqui.


Pode parecer tarde demais para eu postar sobre isso, mas acontece que isso não sai da minha cabeça, então eu imaginei que talvez falando sobre o assunto eu consigo processar melhor os sentimentos confusos que o início da maternidade me deixou. 
Nunca fui uma pessoa radical, não acho que um parto deva ser sempre normal, cada caso é um caso, as vezes é necessária uma intervenção cirúrgica para o nascimento de um bebê... No meu caso, infelizmente tive uma (desne)cesária que poderia ter me tirado a chance de ser mãe, mas Deus não deixou - Obrigada Deus!

O tempo passou e hoje eu posso dizer que me conforta saber que o Danilo não tem memória de nada disso, graças a Deus é saudável, esperto (até demais, rs) e a cada dia que passa agradeço a Deus por ter me dado a chance de tê-lo na minha vida.
Quero voltar o blog a ativa, espero que este "desabafo" seja o pontapé inicial. 

Danilo com 1 ano e 4 meses








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